"Não há vontade política do Estado colombiano para proteger as crianças de La Guajira": Ruth Chaparro
Ruth, presidente da Vigilância Cidadã da sentença, junto com seu grupo de trabalho, dedica seu tempo a documentar in loco os compromissos do governo nacional, seus ministérios, o Gabinete do Governador de La Guajira, os municípios de Maicao, Riohacha, Manaure e Uribia, em cumprimento à sentença, encontrando resultados negativos em decorrência do que qualifica como conduta negligente dos funcionários.
“Este é um comportamento institucional negligente, não há vontade política, onde há recursos e soluções, reuniões improdutivas, processos que não produzem impacto, aquela cultura que não pode ser travada, não podemos continuar a culpar-nos, a informação é sempre defensiva, Eu sinto que as crianças não nos convocam, quando vou fazer denúncia estou defendendo, não protegendo”, disse.
Além disso, manifestou profunda preocupação com os órgãos de controle como a Ouvidoria, a Procuradoria-Geral da República e a Controladoria, que dentro da sentença deveriam ter protagonismo mas seus relatórios são mornos, não produzem resultados.
Em seu discurso, ele expressou que as ações dos responsáveis pela execução da sentença são desarticuladas e ineficazes porque as crianças continuam morrendo e a desnutrição continua alta.
“Entendo que é um problema estrutural, como melhorar e plantar e produzir alimentos se não houver água, como serão cumpridos os processos de soberania alimentar que estão contemplados na sentença se a água não for garantida”, afirmou.
Veja intervenção.
Nesse sentido, acrescentou que pelo menos deveria haver um plano de água articulado que defina suas fontes, recursos, atores, tempo, orçamento, mas infelizmente também não existe.
Ele também alertou que entregaram informação documentada ao Vice-Ministério de Águas, sobre 29 poços que a aliança fez para água e que não estão funcionando. “Entregámos há um ano um relatório a todas as entidades e nada acontece”, disse.
Logo a seguir, apontou: "o atual governo culpou o anterior, disseram que só vamos fazer pilhas públicas, quando foi pedido um plano articulado, então por quatro anos, atrasando, atrasando, para que o próximo governo herdasse o problemas, digamos que não haja Avanço".